O lado belo do amor

By 20:30 , ,

Por que ninguém escreve sobre o lado bonito do amor?
Farta de ler –e de escrever sobre desgraças amorosas-, resolvi que alguém precisa falar disso. Por que ninguém fala o quanto é bom quando as borboletas no estômago estão sempre inquietas? Por que ninguém cita a beleza de olhar nos olhos de alguém que não precisa dizer mais nada –a  verdade está lá?
Por que as pessoas não dizem o quanto desconcertante é sentir a perna bamba e uma vontade imensa de sorrir o tempo todo – não só com os olhos? As pessoas se esquecem de dizer o quanto banal, estúpido e ao mesmo tempo encantadoramente normal é procurar sinais em tudo – desde a escolha das palavras às musicas enviadas.
Esquecem do quanto é bom sentir o toque de quem conhece cada centímetro teu, olhar naqueles olhos tão expressivos e ver nas mãos dadas a segurança de reciprocidade. Por que ninguém conta do quanto é bom encontrar aqueles olhos – castanhos, pretos, azuis ou verdes – no meio da multidão e ser guiado até lá?
Ninguém fala sobre o abraço reconfortante e apertado, o beijo – delicado ou cheio de paixão –, sobre receber mensagem inesperada antes de dormir, e as esperadas no início da manhã, que alegram mesmo assim?
Quem fala sobre fazer compras no mercado dividindo gostos e gastos e de quão pessoal ir ao mercado pode ser? Quem fala sobre o amor como o sentimento sem maldade que deve ser e do quanto é bom quando esbarramos nele? Quem fala sobre o significado do outro, do adendo, do acréscimo que decidimos ter na vida? E de quanto esse significado é grandioso? Aquele acréscimo que reconforta, que assegura, que traz paz ou um coração descontrolado? Por que ninguém fala sobre como é bom ser clichê e ter alguém para quem citar suas passagens de romances favoritas? Por quê? Por que ninguém diz a você que ser leve e rir de piadas bobas vem no pacote? E que pode ser um pacote lindo? Que enquanto o sol fizer da praia a casa dele, você poderá fazer da pessoa, a sua? E que dá, sim, para ignorar os anti-romances que são felizes sozinhos, assim como você era antes? Por que não contam que é uma delícia imaginar o futuro com alguém do presente? 
Quem vai dizer para você “Vai, se joga, o amor vale a pena!”? Quem se arrisca em por a mão no fogo e basear-se pelo menos uma vez nas experiências que deram certo? Quem vai falar sobre as graças, não desgraças de estar com alguém?  Quem, com um coração cheio de hematomas, vai lembrar daquele curou as feridas? Daquele que fez valer?
Quem, diante de tudo isso, vai ousar incentivá-lo?
Tenta, porque o amor é tudo isso. E isso tudo,  é o amor.

— Bruna Barp






Foto: We heart it

6 comentários

  1. Tenta, porque o amor é tudo isso. E isso tudo, é o amor. <3 Simplesmente amando essa última frase. Como é bacana conhecer novos blogs e se identificar tanto!! Já está nos meus favoritos, beijão Bru!

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    1. Ahahahah obrigada de coração, Gabriel! E o amor é tudo isso, afinal, né?

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  2. Bru, obrigada por lembrar, a mim e a todos que espero que leiam! É difícil falar da felicidade pra mim, não sei se por um motivo específico ou por ser muito realista, ou sei lá! O amor dá medo. A dor de amor é pior que porre de absinto. As vezes procuramos piscinas rasas, por medo de nos afogarmos no primeiro balançar das águas. Como quase tudo hoje em dia, as relações também se tornaram descartáveis, quebrou joga fora. Ninguém está disposto a consertar. Talvez por isso não tenham muitas pessoas falando de amor, porque a maioria está anestesiada, na ânsia de não sentir dor.
    um bjo enorme,
    Achei as Palavras

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    1. Lu! "O amor dá medo" sim, eu concordo contigo. Acho também que nos jogamos em amores rasos só para ter segurança, com medo absurdo de se afogar sem nem ter tentado nadar sequer uma vez. E esse é nosso erro, se acovardar é o mal da humanidade.
      Muito obrigada, beijinhos da Bru!

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  3. A melancolia tem um quê de misterioso e fascinante. Ao enaltecer o amor ficamos mais vulneráveis na visão da sociedade, somos vistos como ingênuos, sonhadores e vulneráveis. Ao mostrar como sofremos, somos vistos como mártires.
    Sinto certa saudade desses sentimentos, emoções e experiências simples descritas por você. Ao mesmo tempo, confesso que sou mais adepta aos relatos um tanto introspectivos e obscuros sobre o amor. Para mim, tal sentimento é algo ainda irreal, tão distante que não posso alcançar...e talvez nem queira.
    Achei muito fofo o layout de seu blog ^^
    Se quiser, pasa no meu humilde cantinho:
    http://www.umavidaemandamento.blogspot.com.br

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    1. Oii, xará!
      Sim, somos rotulados de toda a forma, amando ou não. Só precisamos saber enxergar em qual dos dois somos felizes - lembrando que amar por dois não conta. Se acha que não queres alcançar tal sentimento, e sente-se feliz assim, então continue.
      Receita de sucesso a gente não muda(ou sim? Pra dar uma arriscadinha? HAHAHAH)
      Sobre o layout: muito obrigada!
      Seja sempre bem-vinda, beijinhos da Bru!

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