Vem e me namora

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Por que você tá aí, assim, me olhando com esses braços cruzados e malícia no olhar, moreno? Eu tenho autocontrole, mas tá vencendo, passou do prazo de validade e eu esqueci de renovar. Por que, hein? Por que a gente está fazendo isso um com o outro?
Depois de tantas noites, algumas regadas a doses de tequila outras à adaptações de Nicholas Sparks, me diz, o que a gente ainda tá fazendo aqui? Fitando um ao outro em lados opostos do bar, sustentando copos cheios de vazio? O que a gente está fazendo separados assim?
Me diz, cara, por que depois de tudo a gente ainda insiste nisso? Nessa coisa de não dar o braço a torcer e deixar o orgulho vencer? Por que, depois de eu recitar um trecho de Orgulho e Preconceito no teu ouvido, e você desenhar figuras invisíveis na minha barriga nua, a gente ainda está longe? Por que continuamos a ouvir todo o mundo que diz para não se apegar? Que apego é prisão?
Que liberdade é essa em que eu saio de casa mas meus pensamentos continuam algemados aos teus? Que liberdade é essa na qual eu me perco nesses olhos escuros sem ter vontade de ser encontrada? E qual o problema de fazer de nossa prisão particular, minha casa? Podemos plantar uma planta aqui e outra lá, e até ter um peixe... e dessa forma, aos poucos, nossa prisão deixa de ter grades.
Porque eu prefiro estar presa a você do que a essa liberdade parcial, em que não sei se estou livre ou presa, se quero voar ou ficar, se quero que voe comigo ou sozinha. Prefiro que esteja aqui do meu lado, dividindo o mesmo copo transbordante de carinho e tequila, do que ficar bebendo nesse meu, e você nesse aí que carrega nas mãos.
Conta, moreno, por que a gente ainda não largou os rótulos e se jogou nisso tudo? Por que continuamos presos num orgulho invisível que só fere? Se estamos livres, mas tão presos um no outro, moreno, larga disso e vem.
Vem, que eu sei dos teus olhos perdidos nos meus e das tuas mãos perdidas em mim. Vem, e faz dessa intitulada prisão, nosso refúgio. Vem, que eu largo a marra e mato o orgulho intruso que habita em mim.

Só vem, porque se você vier, eu vou. 



— Bruna Barp



6 comentários

  1. Certas prisões podem ser libertadoras.
    Tão difícil deixar o orgulho de lado, como somos bobos!
    Ah, amei a imagem que ilustra seu post, gosto do filme ^^
    Meu blog, caso queira ler:
    http://www.umavidaemandamento.blogspot.com/

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    1. HAHAHAH xará! Sim, algumas prisões são libertadoras. E também adoro "10 coisas que odeio em você".
      Obrigada, beijinhos da Bru

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  2. Meu Deus que texto M-A-R-A-V-I-L-H-O-SO que blog lindo! amei! já seguindo <3

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    1. Thaís, fico muito feliz que tenha gostado!E obrigada! ♥
      Beijinhos da Bru

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  3. Adorei o texto e seu blog é lindo ! beijos maite

    https://maiteaissa.wordpress.com/ - da uma passadinha no meu blog, ta cheio de novidades!

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    1. Hahahah fico contente que tenha gostado, e obrigada Maitê!
      Beijinhos da Bru!

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